quinta-feira, 27 de março de 2008

Falando de Deus


Antes de qualquer coisa, é necessário deixar claro que este texto reflete APENAS uma opinião pessoal, que nada tem a ver com críticas a qualquer religião ou aos religiosos, visto que prego sempre o respeito às crenças das pessoas, quaisquer que sejam elas. Mas há certas coisas que realmente me intrigam. É sempre complicado falar de religiosidade, porque qualquer comentário contestador faz com que sejamos taxados de “hereges” ou “ateus”, e repito, não é esse o caso. Creio sim, na existência de uma força maior que chamamos de Deus, e que esta força criou e rege o universo e suas leis. Acredito também, na vinda de um HOMEM... repito, de um HOMEM á terra, e que este homem definitivamente revolucionou a forma das pessoas entenderem o que seria esta força maior, ou este Deus. Jesus Cristo foi, portanto, um revolucionário! Um homem que lutou contra tudo e contra todos para mostrar que Deus é algo muito maior do que simplesmente um santo, ou um sol, ou uma lua, ou qualquer coisa assim. Deus está na bondade, na caridade, na capacidade das pessoas de enxergar muito além de seu próprio umbigo, e encontrar a felicidade nas menores coisas, porque são estas menores coisas que na verdade significam o próprio Deus e Suas ações no nosso plano terrestre. No entanto, as divergências encontram-se exatamente na forma de interpretar Deus, e nas palavras que este HOMEM que veio á terra, de fato teria dito. Vale lembrar que Jesus Cristo passou por diversas provações, e enfrentou forças gigantescas para pregar Sua verdade. Viveu numa época e numa terra altamente conturbadas, diante da severa dominação romana, e Suas palavras eram antes de tudo revolucionárias. Isso mesmo, Jesus Cristo foi um esquerdista, ou o que os mais tradicionais de hoje em dia chamariam de “anarquista”.A questão central está nos relatos da passagem de Jesus Cristo na terra. Os chamados “cristãos” – teoricamente pessoas que acreditam na vinda do Messias – crêem arduamente nos relatos bíblicos, nas palavras, histórias, contos e milagres ali descritos por HOMENS que supostamente teriam vivido na mesma época que Jesus, e que O teriam seguido, assim como a Seus ensinamentos. Insisto, eram HOMENS, que posteriormente viriam a se tornar SANTOS, segundo os dogmas do catolicismo. Catolicismo este que afirma ser uma espécie de “religião oficial”, que determina, que ordena, e que define, através de seus “amplos poderes” quem é santo e quem não é, quem é bom e quem não é, quem é de Deus, e quem não é. Mas foi este mesmo catolicismo que queimou pessoas vivas na fogueira durante toda a Idade Média, simplesmente por não acreditarem ou não seguirem suas determinações, e segundo eles mesmos, através dos relatos bíblicos o Homem disse: “não matarás”. Descumprindo não somente um dos dez mandamentos, a “religião oficial” cuja Igreja foi edificada por Pedro (vide Bíblia) contradiz-se diversas outras vezes ao longo da história, e se formos analisar o conflito ciência X religião, aí então encontraremos, de fato, milhares de outras contradições. Mas desconsiderando este mérito, sinceramente e racionalmente pensando, não vejo motivos para tão fervorosa crença na Bíblia. Para isto, saliento que a mesma foi reescrita e traduzida milhares de vezes ao longo do tempo, e mesmo em seus primeiros manuscritos, os relatos foram feitos por HOMENS, que possuíam interesses de todas as ordens, o que por si só tiraria a total e irrestrita certeza de autenticidade daqueles fatos.Se adentrarmos no momento social e político da época em que Jesus Cristo viveu, aí então teremos mais motivos ainda para discordar de muitas coisas relatadas no Livro Sagrado. O casamento, por exemplo. Se porventura Jesus Cristo foi solteiro durante seus 33 anos de vida, ele seria um criminoso apenas por este fato, e nem seria necessário ele fazer todas as suas pregações e enfrentamentos ao Império Romano para ter sido condenado à morte. O casamento naquela época era algo praticamente obrigatório, sob pena de tornar-se um erege. Afora este fato, desconheço algum traço étnico da região do Oriente Médio, onde um cidadão possa nascer loiro e com os olhinhos azuis, e a pele branca, daqueles que Hitler deixaria vivo, e sinceramente, não creio que o Santo Sudário possa ter deixado marcas tão visíveis a ponto de definir cor de pele, cor do cabelo e dos olhos de Jesus Cristo. Sendo assim, faz-se crer que a imagem física construída para Jesus Cristo por si só, determina um certo preconceito social e étnico – “todos são iguais perante Deus”. Considerando a etnia normal, e as condições climáticas da terra em que Jesus viveu, eu particularmente acredito que O Filho de Deus fora moreno, e daqueles mais escurinhos.Outra contradição está na forma como Jesus ressuscitou, e a forma como Ele porventura teria subido aos céus. Se foi com corpo e tudo, se foi somente o espírito... o fato é que nada neste sentido é muito claro, e até hoje não encontrei ninguém que me mostrasse e provasse claramente como se deu, de fato, este processo. Mas a verdade é que é inimaginável que Jesus possa ter levitado com corpo e tudo, e simplesmente desaparecido céu acima, e se não foi assim, onde se encontra o corpo de uma pessoa tão importante para a história da humanidade? São perguntas simples, e até mesmo tolas, mas pode-se questionar muitas coisas que quando pensamos racionalmente, é fácil entender que não foram esclarecidas, no que se refere aos relatos bíblicos. O fato é que tais contradições não foram e talvez nunca serão dirimidas à opinião pública, porque há muitas coisas não ditas que ferem frontalmente o interesse da Igreja, principalmente a católica, que creio eu, esconde diversas verdades em seus tão secretos “arquivos do vaticano”, e se não fosse assim, não sei porque estes arquivos continuam tão secretos.Eu, particularmente, continuo a crer em Deus como uma força que transforma, que realiza e que rege os rumos do universo, e creio também na vinda de alguém que pôde nos ensinar tal verdade. Mas acho que Deus está acima de qualquer religião que julga, que mata, que pede dinheiro para manter-se, ou que acha que a salvação está apenas dentro de suas paredes. Na minha modesta opinião, Deus não está apenas nas palavras de um Padre, nos gritos estridentes de um Pastor, ou nos bancos das Igrejas-Empresas. Deus encontra-se em todas as partes, em cada pessoa, em cada mendigo, em cada criança de rua, e principalmente nestas mais necessitadas. Não são as religiões que remetem a Deus, e sim a forma como as pessoas levam suas vidas. A bondade, a caridade, a possibilidade de ajudar ao próximo, seja com um abraço, um sorriso, um prato de comida, ou qualquer outra coisa que possa vir do coração. A verdade está muito acima de nossa compreensão, e muito mais acima das Bíblias católicas, evangélicas ou qualquer outra, que nada mais são que interpretações diferentes de uma mesma verdade. NINGUÉM está habilitado a julgar ou a definir quem é santo, ou quem está salvo, ou o que é pecado, ou o que não é. Lamento profundamente quando vejo o Papa afirmar ser contra o uso de preservativos, assim como lamento mais profundamente ainda ver um pastor afirmar que a salvação encontra-se apenas dentro de sua Igreja. Para mim, Deus é bem mais que uma Igreja ou uma religião, e todos, absolutamente todos nós, seja Papa, Padre, Pastor, ou Budista, somos meros pecadores e nada mais que isso, iguais entre nós, e crentes numa força maior. Acreditar em Deus é uma questão de fé, defender religiões é uma questão de interesses!

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