terça-feira, 1 de abril de 2008

"Anjos e Demônios"

A título de reflexão, resolvi postar aqui algumas passagens do livro "Anjos e Demônios" do polêmico escritor Dan Brown, também autor do "Código da Vinci". Independentemente do ceticismo ou da religiosidade de alguns, destaquei estes trechos para que possamos repensar os nossos conceitos de Igreja (leia-se "religião"), e sua proposta diante dos verdadeiros ensinamentos de Jesus Cristo. Eis os trechos:



p.133 "(...) Durante milênios sua Igreja dominou a busca da verdade. Vocês esmagaram seus oponentes com mentiras e profecias de condenação. Manipularam a verdade para servir às suas necessidades, matando àqueles cujas descobertas não prestavam serviços às suas políticas (...)"




p.136 "(...) Não se lembram de "la purga"? Os padres não são bons historiadores. Talvez porque sua história os envergonhe? (...) 1668, a Igreja marcou a fogo quatro cientistas com o símbolo da cruz para purgar seus pecados (...) depois de serem marcados a fogo, os cientistas foram assassinados e seus corpos foram deixados em locais públicos em torno de Roma como advertência a outros cientistas (...)"




p.138 "(...) Você está enganado, a Igreja é muito mais do que pedra e cimento. Não pode simplesmente apagar dois mil anos de fé, de qualquer fé, seja ela qual for. Não pode destruir a fé apenas removendo suas manifestações terrenas. A Igreja Católica vai continuar com ou sem a Cidade do Vaticano.
- Uma nobre mentira, mas ainda assim, uma mentira. Ambos sabemos qual é a verdade. Diga, por que o Vaticano é uma cidade murada?
- Os homens de Deus vivem em um mundo perigoso (...)
- Quantos anos você tem? O Vaticano é uma fortaleza porque a Igreja Católica mantém metade do seu patrimônio dentro desses muros - pinturas e esculturas raras, jóias de valor incalculável, livros preciosos... e ouro em barras e títulos imobiliários nos cofres do Banco do Vaticano. Estima-se que o valor bruto da Cidade do Vaticano seja de 48,5 bilhões de dólares. Um pé de meia bastante razoável (...)
- É a fé, não o dinheiro, que constitui a espinha dorsal da Igreja.
- Mais mentiras. No ano passado vocês gastaram 183 milhões de dólares tentando apoiar suas dioceses em dificuldades pelo mundo afora. O comparecimento às igrejas teve a maior queda de todos os tempos - menos de 46% na última década. As doações caíram pela metade do que eram há apenas sete anos. Cada vez menos homens entram para os seminários. Embora vocês não admitam, sua Igreja está morrendo (...)"



A situação descrita nas passagens é ficção, porém, os dados são verdadeiros. A Igreja Católica ostenta uma das maiores riquezas mundiais em se tratando de uma entidade religiosa, enquanto milhões de pessoas passam fome no mundo inteiro. Resta saber se esta era a real proposta divina, considerando-se a humildade e a pobreza em que viveu Jesus Cristo em sua passagem na terra, em atenção ao bem estar do próximo. Quero ressaltar, porém, que não se trata de uma crítica a fé das pessoas, mas sim uma mera reflexão sobre as atitudes de homens que julgam-se santificados, e principalmente as contradições existentes diante da necessidade mundial de entidades, sejam elas religosas ou não, que possam amparar os reais anseios e necessidades do povo, ao invés de esconderem riquezas incalculáveis dentro de muros invioláveis. Assim como todas as religiões, o catolicismo tem também méritos amplamente reconhecidos, mas não se pode e não se deve crer na "verdade" dita por um homem a quem devemos chamar de "Sua Santidade", que esconde-se atrás desses muros e dessas riquezas, muros estes não só de concreto, mas também de hipocrisia, enquanto a humanidade precisa de obras e ações que a façam melhor, mais justa e igualitária, muito mais do que de santos! É de se pensar!

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