segunda-feira, 11 de julho de 2011

A volta da boêmia


Não adianta fechar os olhos! Não adianta simplesmente fingir que não existe, tentar esquecer, deixar de lado, se distrair... não adianta acordar todos os dias cedo, ir ao trabalho, à academia, ao bar, ao hospital. Quando ela vem, faz questão de ficar, sem medir esforços e sem qualquer piedade. Não importa o que pensemos... merecer ou não merecer é irrelevante, a vida se encarrega de dizer as grandes verdades. O fato é que quando tem que acontecer, acontece, e nada, absolutamente nada que façamos pode mudar isso.

Devo dizer, mais uma vez, nesse humilde espaço, que nada me atormenta tanto. Perco o sono, a paz, os sonhos e até a vontade de viver. Perco a razão de estar aqui, esqueço minhas vitórias, ressuscito minhas derrotas, choro, esperneio, cochilo, não sossego, acordo e choro de novo! Não adianta anti-depressivos que consomem meu estômago. Nem mesmo o doce canto dos pássaros ao raiar do sol faz com que a minha paz retome o meu coração. Tudo perde a beleza.

Obrigado, solidão, por ter assaltado-me mais uma noite. Só quero dizer-lhe que ainda restam os retalhos das minhas forças, e desses retalhos tentarei fazer um abrigo impermeável pelo qual você não mais poderá passar, e assim, finalmente, dormirei o sono de justos e dos felizes.

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