Não está, mas está.
Cheiro, gosto, pele, carne, desejo. Sinto você em cada
molécula de ar que respiro, em cada gesto, em cada passo. Mas você não está
aqui.
Vejo seus olhos a brilharem diante dos meus, numa magia
inigualável, num sentimento doce, no extravasar das lágrimas de saudade e de
alegria, no isolar do mundo, num presente divino que faz a noite e o dia
virarem um único momento, que faz com que nossas almas – duas – se tornem uma
só.
Sinto seu beijo, a delícia molhada do tocar dos nossos
lábios, das nossas línguas, dos nossos desejos. Sinto minhas mãos no seu corpo,
as suas na minha nuca, o dividir do suor, o esfregar, o aperto, o roçar que nos
faz delirar de paixão e amor, até que meu corpo penetre no seu, cada vez mais incandescente,
o grito, o movimento, a explosão...
Depois, vejo seu corpo deitado sobre o meu, como se, enfim,
o mundo tivesse parado. O toque do seu rosto no meu peito, o afagar das nossas
mãos entrelaçadas, o suspiro leve, a meiguice do carinho e aquelas palavrinhas
sussurradas que nos fazem ter a certeza de que seremos um do outro para sempre.
Vejo o despertar de um novo dia, de um novo sonho, o beijo
de bom dia, o abraço de carinho, as mãos dadas e o até logo. Depois, abro os
olhos. Foi apenas um sonho. Mesmo assim, consigo sorrir, porque quando se sonha
junto, um sonho nunca deixará de se tornar realidade.
E então eu penso: ela não está, mas está. Sempre esteve e,
um dia, estará para sempre, na eternidade desse amor que estava preso numa longínqua
metade do meu coração, que agora só se completa com o seu.
Sim, você está aqui. E será para sempre!
Te amo.
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