Agora me falta a inspiração porque depois de tanto cair,
bater a cabeça no chão e apanhar, parece que as palavras não são mais que mera
falta de atitude. O mundo está machucado, chorando, gritando e implorando por
existências mais doces e serenas, mas não passivas e amedrontadas. As dores e
as tristezas que surgem á nossa volta deveriam servir como mola propulsora para
que deixemos as palavras de lado e passemos a agir. No entanto, elas nos
perseguem. Palavras, palavras e palavras.
Quem escreve, pensa e sente, sabe bem da minha angústia. Há
momentos em que as palavras decidem apenas se calar, embora a força da atitude
ainda pareça uma utopia – sempre distante. Apenas anseio que o meu silêncio
seja mais que um grito, um alento. Para
mim e para tantos corações que agora sofrem sem que eu tenha palavras ou atitudes
que possam acalentar. Mas eu finjo, todos fingem, o mundo finge, afinal o
próprio poeta declarou-se fingidor, assim, o que será de nós, que fingimos
mesmo sem nunca ter sido poetas?
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