sexta-feira, 13 de maio de 2011

Moral versus Preconceito


Numa época, outrora inimaginável, em que a Justiça brasileira decide reconhecer legalmente a união estável entre casais do mesmo sexo, e, devido a isto, surgem diversos questionamentos a respeito dos possíveis abalos sofridos pela moralização e pelos valores familiares, é preciso que se discuta a questão dentro de um patamar acima de tudo racional.

Antes de tudo, é preciso que se entenda o que é família. Leigamente falando, entende-se que família é um laço, criado de forma definitiva, entre pessoas que se amam e que se completam. E aí não existe distinção de sexo, cor ou religião. São pessoas, seres humanos, que decidem compactuar suas vidas e dividi-las. Quanto a isso ninguém deve discordar. A união entre pessoas do mesmo sexo é uma tendência natural, e, na minha humilde opinião, não afeta em hipótese alguma os valores morais, a não ser aqueles valores que nos são impostos por uma sociedade conservadora e antiquada como a nossa.

Por outro lado, a disseminação exagerada da causa "gay", principalmente entre as crianças e adolescentes, parece-me um pouco precipitada. Todos, absolutamente todos têm o direito ao respeito e à escolha de vida. No entanto, não vejo necessidade dessa propagação de diversidade sexual dentro das escolas, muito menos implantação de campanhas que promovam a aceitação inconteste de tal fato. Creio ser preciso ensinar o respeito a toda e qualquer pessoa, educar para que nossos jovens possam compreender as diferenças que existem entre as pessoas, não somente nas escolhas sexuais, mas também no credo, no esporte, na cor, na condição social. Por falar nisso, nunca vi escolas fazendo campanhas para ensinar as crianças a respeitar o colega mais pobre e ajudá-lo. Jamais vi panfletos pregando o respeito aos amigos de sala de aula que torcem para outros times de futebol, como forma de impedir a violência. Sendo assim, admito que causa-me surpresa e estranheza a penetração de materiais emitidos pelas esferas governamentais, no sentido de pregar o respeito à diversidade sexual.

Mais uma vez, creio que estamos tentando comer a carne sem matar o boi. O respeito e a valorização do próximo tem que ser pregada independentemente do aspecto a ser discutido. A diversidade sexual é apenas um desses aspectos. Se não conseguirmos ensinar aos nossos estudantes ao menos o significado da palavra "respeito", não conseguiremos ensiná-los a entender as opções sexuais de cada um, a respeitá-las, e poderemos, por consequência, estarmos sim, incentivando os jovens à homossexualidade, sem incentivá-los a respeitar a si mesmos, caso optem por esse caminho.

A moral é muito mais do que valores sociais, e tais valores, jamais vencerão o preconceito.

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