segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Caminhando e cantando e seguindo a canção...


Peço licença ao grande Geraldo Vandré para iniciar este texto com o trecho de sua grande obra. Ao escrever "para não dizer que não falei das flores", Vandré quis de certa forma protestar contra a prisão em que vivia. Esta prisão era-lhe imposta pelo regime no qual vivia o país naquele momento, a ditadura. As pessoas viviam enclausuradas com suas ideias, suas opiniões, e muitas vezes suas vozes eram caladas com sangue. 

O triste é saber que, nos dias de hoje, apesar de termos vencido a prisão que nos era imposta, acabamos construindo uma nova prisão: a que vem de dentro de nós mesmos! Estamos presos a sentimentos, a conceitos, a sonhos que não se realizam, a desejos impossíveis, a vontades implícitas e a tudo que não podemos alcançar e, talvez por isso, fazemos questão de manter como metas ou objetivos.

Acordo e durmo sentindo-me preso e passo a questionar (mais uma vez) o real conceito de felicidade. Estar preso não é ser feliz, mas estar livre não é melhor maneira de sentir-se completo.

Neste dilema vamos vivendo a vida, tristes, felizes, sedentos de algo que nunca alcançaremos, sonhando com uma perfeição que inexiste e vivendo de meras conveniências, porque o castelo arduamente construído é difícil de ser derrubado, mesmo que suas estruturas não estejam assim tão sólidas como gostaríamos.

E assim seguimos caminhando e cantando e seguindo a canção...

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