sábado, 29 de março de 2008

Pra Sempre


Quem um dia pôde sentir um amor verdadeiro, talvez entenderá o que eu vou dizer agora. Existem momentos em nossa vida em que simplesmente decidimos fechar os olhos. Às vezes, a realidade é dura demais para ser encarada de frente, e a solução passa a ser ignorá-la em todos os sentidos. Mas ignorar a realidade dos fatos nem sempre, ou quase nunca, faz com que nos sintamos melhor diante das diversas situações que vivenciamos no nosso dia-a-dia, e quando se trata de sentimentos, a coisa fica ainda mais complicada. Inicialmente, não sabemos discernir os nossos sentimentos. Julgamos ser amor o que é paixão, julgamos ser amizade o que é carinho, e julgamos ser raiva o que é desejo. A dificuldade em se diferenciar as coisas que sentimos está basicamente na nossa vaidade e no nosso orgulho. Temos mania de acreditar que somos maiores do que nosso coração, que temos o total controle das nossas vidas, e que assim seremos felizes, sem saber que contra as forças da natureza não se pode caminhar, e é a vida que sempre vai nos guiar, não o contrário. Por isso, a cada momento e situação que vivemos, fica evidente a enorme força que a vida por si só exerce sobre nós... ela faz com que as coisas simplesmente aconteçam, faz com que pessoas venham e vão, sentimentos venham e vão... este ciclo é natural, por assim dizer. No entanto, o que não percebemos é que pode ser que em algum momento uma dessas pessoas, ou um desses sentimentos, não se vá. Aliás, talvez até se vá, mas não dentro de nós. E é somente aí que descobrimos que de fato não temos o controle total das nossas vidas, e sim nossas vidas têm o controle sobre nós. Quando algo vem e permanece, por mais que esteja distante, estará cada vez e cada dia mais perto. Ao se falar de sentimentos, essa verdade torna-se ainda mais visível. Qualquer um pode estar vivendo um momento de alegria, olhar nos olhos do outro e mandar um “eu te amo”. Na maioria das vezes, isso não passará de uma confusão de sentimentos em que as pessoas não sabem diferenciar uma felicidade de momento de um sentimento tão forte como é o amor. Há situações também em que amamos de verdade, e não queremos aceitar isso, e esse é o pior dos casos, porque a vida vai dilacerando nosso coração até que nosso orgulho se desfaça por completo e enfim possamos entender o que de fato sentimos, e o quanto é bom sentir-se assim. Só que este processo pode ser demorado e extremamente doloroso, e é o que geralmente acontece. É difícil admitir que erramos porque, no fundo, quisemos errar. A vaidade e o orgulho são os principais inimigos do coração, e por isso, se não aprendermos a fazer com que a cabeça funcione a favor dos sentimentos, estes poderosos inimigos irão maltratá-los até que não possamos mais seguir em frente, e então, decidimos correr atrás do tempo perdido.A questão é que o tempo perdido nem sempre pode ser recuperado, mas na maioria das vezes, a vida nos dará uma outra chance. É preciso apenas ter fé e paciência, e tentar manter-se forte e preparado para os sinais que surgirão conforme a nossa capacidade de aceitá-los. O amor quando é verdadeiro nunca morre, e nunca quer dizer NUNCA. Aceitar que amamos alguém de verdade, não significa rastejar aos pés dessa pessoa, se for o caso de corrigir um possível erro. Consiste apenas e fazê-la saber que tivemos o equilíbrio e a força de assumir que não fomos capazes de entender o que a vida tentava nos mostrar, porque não estávamos preparados para tanto, naquele momento. Mas é preciso ter equilíbrio e deixar que as coisas aconteçam por si só, porque no momento exato seremos chamados a agir, e nesse momento devemos deixar que o coração fale mais alto, sempre.O amor é um sentimento eterno e muito lindo, quando aprendemos a aceitá-lo, e nem mesmo a distância, as diferenças ou qualquer outro obstáculo nos impedirá de vivê-lo em sua plenitude, seja na primeira, na segunda ou na milésima oportunidade que a vida nos der. Se foi amor, ele não se vai, mas adormece, e um dia acorda com toda sua força! Quem um dia pôde sentir um amor verdadeiro, vai entender, e a pessoa que foi amada, também!

Nenhum comentário: