sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Efeito Mahmoud Ahmadinejad


Como não podemos nos calar diante dos acontecimentos sócio-políticos do nosso país, reservo-me ao direito de emitir uma opinião - no meu ponto de vista sensata e equilibrada - a respeito da recente visita do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil, convidado pela diplomacia brasileira, trocando-se em miúdos, pelo presidente Lula.

Inicialmente é necessário dizer que para algumas pessoas, principalmente das regiões sul e sudeste do país, absolutamente nada do que o Lula fizer está correto. As críticas vêm de maneira irracional e preconceituosa, e muitas vezes fogem do campo político e administrativo, ou seja, para estes, o Lula é tudo de ruim e o FHC é tudo de bom. Controvérsio, mas enfim!

O senhor Mahmoud Ahmadinejad é sem dúvidas um ditador. Uma criatura intolerante, desafiadora, autoritária e acima de tudo idiota, MUITO idiota. Mas, não podemos esquecer, é um chefe de estado. No momento em que os países, através das entidades de representação mundial, resolvem isolar uma nação, seja por qual motivo for, das relações bilaterias, principalmente no campo econômico, os dois lados perdem. Afora isso, perde muito mais a população daquele país que foi descartado, seres humanos que culpa nenhuma têm de serem governados por um regime que tortura e mata seus opositores.

Às vezes, é preciso unir-se ao inimigo para vencê-lo. Obviamente que não é bom para o nosso ego receber diplomaticamente em nosso país um ser tão repugnante como o presidente iraniano, mas o que precisa-se compreender é que de uma forma ou de outra, ele é o representante daquele povo que sofre sob seu regime intolerante, e como tal, é necessário trazê-lo um pouco para a "orgia" do ocidente até como forma de embuti-lo numa realidade oposta à sua, tendo em vista futuras transformações.

Vejo que o Lula acertou. Talvez aquele iraniano carrancudo e mal-encarado jamais tenha recebido algum convite para visitar um outro país. Este é um gesto que envolve bom senso e coragem. Bom senso porque não se pode seguir batendo na mesma tecla que os norte-americanos e enfiando bombas e mais bombas no Oriente Médio como forma de combater regimes ditatoriais, matando assim, milhares e milhares de pessoas inocentes. E coragem para enfrentar as opiniões divergentes da comunidade internacional, e a manifestação impiedosa principalmente da imprensa brasileira, que muitas vezes critica por criticar, embute preconceitos em suas opiniões, e se esquece que estamos em busca de um momento diferente, de paz entre as nações, de respeito com as diferenças, e este laço só se pode conseguir através do diálogo e do respeito, até mesmo com aqueles que não o merecem.

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