terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Um bem vindo a 2011


Aborrece-me essa dependência. Dependência de alegria, de sorrisos, de ser bem tratado, de ser correspondido, de ser compreendido... muitas vezes passamos por momentos que não nos permitem desfrutar de tantas coisas boas, e precisamos aprender a lidar com essa situação. Eu, como muitos sabem, já passei muitas vezes por momentos assim, mas parece que quanto mais apanho, mais desaprendo.

Não é necessário muito. Bastam-me doze horas de isolamento, para que eu volte a me sentir o cocô do mosquito da dengue. No fundo, eu sei que não pode ser assim. Sei que agindo dessa forma e sentindo-me assim, acabo afastando as pessoas de perto de mim, pois me torno uma pessoa amarga, cansada da vida, e sem forças, e poucos entenderão isso. Aliás, este deve ser o motivo das minhas derrotas passadas, e, embora eu reconheça que tenha conseguido vitórias, é como se as perdas que tive nunca me deixassem respirar em paz.

Morro de medo de ficar sozinho, morro de medo de verdade. Mais do que da morte, mais do que das doenças, mais do que qualquer outra coisa. A solidão para mim é o bicho mais assustador que pode existir, e eu luto todo santo dia contra ela, mas às vezes as certezas não vêm, e eu acabo voltando a encher a minha cabeça de minhocas e questionar a minha existência.

Sei que tudo isso que eu estou escrevendo aqui não passa de uma enorme bobagem, e que amanhã, quando eu vier a viver alguns momentos felizes, muito disso tudo vai voltar a se esconder debaixo do tapete da minha vida. No entanto, o que eu realmente gostaria era de varrer definitivamente estes sentimentos, e nunca mais ter que lidar com eles, porque trazem-me de volta o meu maldito complexo de inferioridade e incapacidade perante as coisas da vida e suas dificuldades.

Bem, sei que todos devem estar perguntando o motivo do título deste texto. E eu respondo que o título não tem absolutamente nada a ver com o texto em si, mas eu descobri que não é simplesmente virando uma folha do calendário que se resolve um problema que persiste ao longo do tempo, e sim com determinação, força, coragem e peito aberto. Que assim seja.

Um feliz 2011 a todos!

Um comentário:

Gabriela Marques de Omena disse...

Eu me sinto assim, Vini. Se estivesse sensível hoje e não houvesse tido um dia alegre, terei chorado. Mas agora, meus questionamentos e solidão estão varridas para debaixo do tapete. E espero que fiquem lá, afinal ninguém pode respondê-las.
Não tenho medo da solidão, antes eu não tinha, na verdade. Eu tenho medo é de crescer, perder minha infância, e virar uma adulta amarga, como me torno em dias que me vejo sem sorrir. Ano de 2010, todas as vezes que sorri fora forçadamente. As pessoas não são tão inocentes como antes, não me divirto de verdade com elas. Sabe do que eu sinto saudade? De rolar pelo tapete da sala de tanto rir... De rir e chorar de tanta alegria.
Ih, fiquei sensível. Meus temores estão ressurgindo, meu tapete os descobriu.