sexta-feira, 11 de março de 2011

O charlatanismo religioso



Não entendo por que ainda tenho coragem de ligar a televisão. Às vezes, é difícil até para o próprio ser humano compreender a si mesmo, mas faz parte da nossa natureza. Assim como faz parte dessa maldita natureza tentar tomar vantagem de toda e qualquer situação.

Ao observar o milagroso culto do santo missionário RR Soares, bem como raras obras divinas chamadas Edir Macedo, Silas Malafaya, entre outros, fico imaginando como ainda podemos ser tão inocentes. Decidi pesquisar a respeito desses enviados dos céus, e não me surpreendeu descobrir que todos eles sustentam gigantescos impérios financeiros baseados apenas no charlatanismo religioso apoiado por pessoas fracas, que em situações extremas acabam se deixando levar pela boa lábia desses criminosos.

Mais curioso ainda, fiz questão de ler alguns trechos do livro "Bençãos de Verão", escrito pelo próprio missionário RR Soares, ex-sócio do Edir Macedo. Também não me causou surpresa alguma o fato de que, durante quase todos os trechos que tive a oportunidade de ler, percebe-se claramente a analogia financeira como solução para todos os problemas que uma pessoa possa porventura estar vivendo. Tornar-se "patrocinador da obra de Deus" faz com que as pessoas possam sair da miséria em que vivem e tornar-se bem sucedidos em suas vidas. Para completar o charlatanismo, e missionário prega em suas palavras que a obra promovida por ele e sua equipe não está relacionada à religião, visto que esta é uma "interpretação criada pelos homens e que não leva a nada", o que faz com que seus seguidores encantem-se ainda mais com sua pregação.

O fato é que há mais de 40 anos esses homens seguem, de depósito em depósito, de carnê em carnê, se tornando milionários, e pior, sem ter que arcar com impostos, posto que justificam suas fortunas através de obras sociais, o que garante-lhes a isenção, conforme normas brasileiras. Humildemente afirmo que o que essas pessoas fazem traduz a maior de todas as covardias possíveis para um ser humano. Apoiar-se na fraqueza e nos momentos difíceis das pessoas para obter lucros e vantagens, principalmente financeira, não leva e não levará ninguém aos céus.

Que Deus possa (se possível) perdoar a maldade dessas "santas" almas.

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