domingo, 4 de setembro de 2011

Eterno Vazio


Podemos sobreviver a muitas coisas. O ser humano é muito mais forte do que imagina. Basta que consigamos compreender o real sentido da vida para que possamos superar toda e qualquer adversidade, aprender com as quedas, vencer os obstáculos, levantar e seguir em frente. No entanto, há vazios que jamais poderão ser preenchidos. Podemos trocar de casa, de carro, de cidade... podemos mudar de emprego, podemos encontrar um novo amor tão verdadeiro quanto o antigo. Podemos até trocar de coração. Mas quando a vida decide nos levar desse mundo uma pessoa amada, aí a dor é mais profunda e impossível de ser superada. Simplesmente aprendemos a conviver com tal situação, levando os ensinamentos, as lembranças, os momentos... mas basta um minuto de solidão para que aquela dorzinha volte a incomodar, como se rastejasse, latente, dentro de nós...

Há exatamente três anos eu perdia a pessoa que foi, é, e sempre será o maior amor da minha vida. Brigas, choques de gerações, discussões e até dúvidas quanto aos sentimentos são partes integrantes de uma relação que, na verdade, transborda o amor mais verdadeiro de todos: o amor entre mão e filho. Essa saudade é invencível, infinita, inexplicável. Não importa a idade... 20, 30, 40, 80 anos! Sempre vai doer da mesma forma! Não consigo tirar da mente a imagem daquele caixão descendo aquela sepultura, e eu sentindo metade da minha vida sendo igualmente enterrada para nunca mais voltar. É. Hoje eu sou metade. Metade de um todo que eu aprendi a ser com ela. Metade de alguém imperfeito, mas persistente. Mas em respeito e atenção aos esforços de toda uma vida, sigo, ao longo desses três anos, tentando fazer com que a minha metade seja um todo, mesmo sabendo que ela sempre será metade, visto que uma parte de mim morreu junto com ela.

Hoje a palavra é saudade, mas não tristeza. Sei que ela segue me dando ordens, me pondo rumos, me guiando. Posso senti-la ao meu lado a cada momento em que me encontro com a solidão. Apenas lamento não ter a capacidade de dizê-la, mais uma vez, o quanto a amo, olhando bem no fundo daqueles lindos e inesquecíveis olhos verdes. Obrigado mãe, por me fazer respirar, e por mesmo não estando fisicamente ao meu lado, continuar me ajudando a conquistar grandes vitórias. Talvez eu seja o seu maior e único orgulho, mas saiba, onde você estiver, que somente a sua doce presença espiritual é capaz de preencher o meu eterno vazio, e é principalmente essa presença que tem me trazido as forças necessárias para seguir nessa tão tortuosa estrada chamada vida.

Saudades...

Um comentário:

Italo Lemos disse...

O nó na garganta no último parágrafo foi inevitável.