quarta-feira, 20 de março de 2013

Isso se chama viver


Sinto-me como uma gota no meio de um gigantesco oceano, como um grão no meio de um deserto inteiro, como uma molécula isolada no meio de todo o universo. É como se algo estivesse me puxando para baixo sem que eu tivesse forças suficientes para resistir, para manter-me de pé, para continuar. Não há como descrever... vejo-me buscando o inatingível, tendo somente a esperança como companheira e nas horas em que a dor mais dói, olho para todos os lados e nada vejo além de infinitas gotas, grãos, moléculas e medos, principalmente medos!

Medo de não suportar, medo de não ser mais eu mesmo, medo de decepcionar as pessoas que confiaram e acreditaram em mim, medo de perder a minha identidade e medo, principalmente, do que encontrarei na minha vida daqui por diante, seja neste plano ou num plano superior. Tenho medo de viver, de continuar e de seguir, como se fosse uma condição pré-determinada por Deus, sozinho.

Aos poucos vejo meus sonhos indo-se embora e me pergunto: como seguir sem sonhar? Ouço apenas o som do egoísmo, da discórdia, da maledicência, da tristeza, e essa angústia que insiste em apertar meu peito retirando-me todo o resto de ar que ainda possuo. Levantar-me da minha cama e continuar tem sido um martírio, assim como permanecer nela e entregar-me também o seria.

Há momentos que não me sinto mais um ser humano e sim um robô, apenas condicionado ao que as pessoas e o mundo esperam de mim. Eles dizem o que está certo, eles dizem o que está errado, eles dizem o que devemos fazer ou o que não devemos, eles julgam se somos íntegros, honestos, se temos caráter, se temos bom senso, se merecemos a felicidade... o que me dói é que, exatamente eles, neste momento, não estão aqui. Ninguém está. Nascemos sozinhos e morreremos sozinhos. É exatamente isso que chamam de viver.

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