domingo, 24 de abril de 2011

Ouça, aprenda, mude


Pelo pouco que vivi e menos ainda que aprendi, entendo que a vida é algo extremamente mutável. O que pode ser bom hoje, talvez não seja amanhã, ou o que é certo para mim, pode ser errado para o meu semelhante, e mesmo assim, não se pode dizer que um ou outro detém a chave da razão absoluta, até porque, toda razão é relativa.

Muitas vezes adquirimos conceitos a respeito de todas as coisas, tomamos posições políticas, sociais, familiares, e tornamos essas posições valores irrefutáveis, de forma que até mesmo discuti-los pode soar-nos agressão. Mas, como disse sabiamente o poeta, "eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo"! Sim, eu ainda prefiro admitir a dualidade das situações, prefiro entender que cada caso é um caso e que as conveniências são fatos reais nas relações humanas. Achamos errado furar uma fila de banco, mas se estivermos atrasados para chegar ao trabalho não dispensamos caso alguém ofereça a vaga à frente, sem saber que passar na frente de alguém na fila do banco é furá-la da mesma forma, mesmo que com a devida permissão.

Há diversos exemplos de pessoas que perduraram muito numa única causa e foram simplesmente atropeladas pelo processo. O importante, antes de qualquer coisa é saber ouvir, considerar, entender, e se preciso, mudar. Um político de esquerda só é esquerda até atingir o poder, e para isso, talvez ele precise assumir uma posição de "centro-esquerda", o que nada mais é do que uma abdicação das grandes teorias defendidas outrora, e nada mais saudável que isso, posto que a vida não para, é uma constante de mudanças, muitas vezes radicais, as quais precisamos aprender a acompanhar.

Ouvir até mesmo aqueles que aparentemente tem pouco a nos acrescentar, crescer, entender e se preciso mudar. A humildade é fator preponderante para as boas relações humanas, e ninguém neste mundo é suficientemente inteligente e capaz para não ser convencido de uma opinião contrária em determinado momento da vida. Um cérebro com ideias fixas e paralisadas torna-se um computador programado apenas para dizer sim, ou não, sem entender que existe o talvez.

2 comentários:

Paulinha Barreto disse...

como sempre com lidas postagens....amo muito aqui.bju

Rafaela Venturim disse...

Ótima reflexão. O difícil é parar pra realmente ouvir, não só escutar... né?