domingo, 7 de setembro de 2014

Política se discute, sim!


Em tempos de batalha eleitoral, onde candidatos se apresentam como sendo a "solução" dos problemas do país, há algumas considerações que devem ser feitas quando se trata deste momento tão importante na democracia de um país. Convenientemente, tomo a liberdade de fazê-las num 7 de setembro.

É verdade que a grande maioria dos brasileiros está enojada da política e é compreensível, pois existem razões suficientes para tanto. Estamos sendo assaltados desde a nossa colonização, não houve um momento, inclusive no período da redemocratização do país, em que não se aproveitaram da imensa arrecadação do tesouro nacional para desviar verbas e nos deixar a ver navios.

No entanto, é exatamente este fato que me faz pensar diferente. Há uma máxima popular com a qual concordo muito e tento aplicar na minha vida: "se você quer bem feito, faça você mesmo ou ajude a fazer". A política no Brasil é verdadeiramente suja e esta é a razão pela qual pessoas de bem, comprometidas e que sonham com um futuro menos sombrio, devem arregaçar as mangas e participar. O pior pecado é o da omissão. Votar nulo, não falar de política, não ouvir os candidatos, não discutir as opções, são atitudes que tiram o seu direito de cidadão, exatamente por não estar exercendo o seu dever, e sem deveres não há direitos. Foi isso que me fez participar da política desde criança, no meu amado estado da Paraíba, iniciando pelo movimento estudantil e culminando na política partidária. Sempre fui um jovem sonhador. Hoje sou um homem contestador.

A discussão acerca das melhores propostas é extremamente necessária e saudável. Porém, o grande problema da política é a prepotência ou a falta de conhecimento de quem se propõe a discuti-la. Além destes, nos últimos tempos tem surgido um movimento pior: o preconceito. A democracia nos diz que todos têm o direito de escolha, definindo suas posições e expressando-as, e ninguém é melhor ou pior por escolher este ou aquele candidato. Ninguém é ladrão simplesmente porque votou num ladrão. Mais ladrão é quem tenta se apossar do poder de consciência dos outros sob um falso status de "líder".

Política se discute sim, desde que haja respeito às divergências, aos pontos de vista, à vivência de cada um e às posições, sejam partidárias, sejam pessoais. Há como debater ideias sem julgar-se melhor e mais "inteligente" por este ou aquele motivo. Há como participar sem trazer para si os interesses excusos que tão enojam a nossa sociedade. O país não está bem como gostaríamos, mas não está mal como tentam pregar. Podemos fazer muito mais, mas antes de qualquer coisa é preciso aprender a respeitar as pessoas, as instituições e principalmente a veracidade dos fatos. É assim que se faz política e, modestamente eu afirmo, eu sei fazer, e vou continuar fazendo.

Nenhum comentário: