quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Vai-se uma das últimas esperanças


Dizem que jamais devemos perder as esperanças. Dizem também que, quando um homem perde sua fé, ele deixa de viver. Tudo isso é tão bonito quanto utópico. Apesar de acreditar que todos nascemos com uma missão traçada e que esta missão não é interropida antes da hora devida, é difícil entender certas coisas da vida. Havia um homem que tinha fé, muita fé. Um homem que tinha ideais. Que como qualquer outro, não era perfeito, mas representava talvez a última a esperança de milhões de pessoas, quase que totalmente descrentes em relação à política suja e repugnante do nosso país. Este homem, inexplicavelmente e paradoxalmente, pediu-nos, numa de suas últimas falas, para "não desistir do Brasil". Naquele momento pudemos ver em seus olhos uma vontade, talvez inocente, talvez fantasiosa, de transformar de alguma forma este país.

De repente, sem nenhuma explicação viável, compreensível aos olhos terrenos, este homem se vai e nos deixa politicamente desesperançosos. Como pode ser? Como ele nos pede pra não desistir do Brasil e de repente, sem mais nem menos, desaparece, quando para muitos ele era exatamente o motivo de não desistirmos? Como sonhar se os sonhos de um dos poucos homens públicos de índole deste país desapareceram de forma tão repentina e sem sequer explicar o porquê?

Não é um santo que se vai. Não é um anjo. É apenas um homem, mas um homem que sonhava, que idealizava e que diferente de muitos, corria atrás deste sonho, enfrentando adversários fortíssimos, apoiados pela mídia, pela classe dominante, pela ignorância e pela falta de bom senso. Vai-se um brasileiro com todas as letras e os adjetivos possíveis, daqueles que não desistem nunca, a não ser quando Deus, por algum motivo que só Ele entende, faz com que suas forças se esvaiam. 

É triste, doloroso, inaceitável. Que consigamos ao menos seguir seu último ensinamento - de não desistir do Brasil -  e expandir seus ideais, porque a descrença, neste momento, toma conta dos corações de alguns brasileiros que ainda acreditavam que algo poderia ser diferente. 

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