sexta-feira, 13 de março de 2015

Quem é o Brasil que vai às ruas?


Estamos sendo roubados, descaradamente roubados, disso ninguém duvida, é fato inquestionável. Como também é fato inquestionável a necessidade de conhecimento real para que se possa abordar um tema de tamanha profundidade. O Brasil, desde a sua democratização, tem passado por momentos transitórios que parecem nunca acabar. A verdade é que não estávamos culturalmente prontos para a verdadeira democracia. Um povo inculto, que não gosta de ler, que não gosta de estudar e está sempre buscando uma forma de enganar, ludibriar, driblar a lei. 

Não, o brasileiro não é um povo trabalhador. Se fôssemos, seríamos mais conscientes das nossas responsabilidades perante a sociedade e perante o país. Queremos muito e oferecemos quase nada. Sonegamos impostos, desrespeitamos as leis, dirigimos bêbados, furamos filas, roubamos água, luz, internet, e nos dizemos "contra" a corrupção. 

Encontramos no voto - a democracia propriamente dita - uma forma de buscar benefícios próprios, ao invés de usá-lo como uma arma para expulsar do poder aqueles que não tem integridade e idoneidade para exercê-lo.

Nossos jovens "odeiam" política, sem nem mesmo saberem a diferença evidente entre política e politicagem. Não discutimos, não dialogamos, não debatemos, não lutamos. Apenas odiamos e pronto.

Diante de todos esses fatores, o resultado não poderia ser diferente. Nosso país está sendo comandado por organizações criminosas - e não me refiro unicamente ao PT (não mesmo) - cujos nomes, facções e modus operandi são diferentes, mas as consequências são as mesmas: a devassa na economia, as migalhas sociais, a corrupção irrefreável e a alienação do povo. Tudo porque nós os colocamos lá. Pior, o retorno de correntes direitistas que defendem o militarismo no poder, sem ter noção mínima do que isso significa politicamente, socialmente e culturalmente. 

Vivemos um momento político não apenas preocupante, mas triste. Triste por termos um povo que acha que reagir é expulsar do poder quem foi eleito através do voto, mesmo sem bases legais. Triste por termos um povo que ouve a grande mídia como se esta fosse a verdade absoluta. Triste por não haver perspectiva num cenário político podre, de ponta a ponta, de partido a partido, de corrente a corrente, e que não vai mudar, afinal, nossos jovens - esperança para o futuro do país - odeiam política.

Saudade do tempo em que sabíamos como e por que nos manifestar. Saudade do tempo em que os jovens tinham ideal, e não apenas vontade de matar aula. Saudade do tempo em que não se batiam panelas, mas entendia-se a diferença entre comunismo, esquerda, direita e bolivarianismo e capitalismo. Saudade de um Brasil que não era democrático, mas pensava.

Tudo isso acabou. A algazarra e a manipulação tomaram conta. Liberdade virou excesso.

Esse é o Brasil com muito "eu" e pouco "nós".

Esse é o Brasil que "vai às ruas". Viva à voz dos que não não têm moral para gritar.

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